ANTES DE PEGAR ESTRADA
- Concentração
Devido à menor proteção que uma moto traz, é necessária extrema concentração para conduzi-la. “Evite pilotar se sentir cansaço, sonolência ou estiver sob efeito de medicamentos que possam causar algum efeito colateral”, explica Renato Matsuda, instrutor de pilotagem do Centro Educacional de Trânsito. Lembre-se de que a mínima desatenção pode resultar em uma queda. Obviamente, “não é recomendado sair para uma balada e beber antes de viajar”, acrescenta Horta, do Cesvi.
- Estudar o destino e condições de tempo
Para evitar imprevistos, é sempre bom traçar o roteiro da viagem, reunindo informações sobre as condições do pavimento, o clima e se existem postos para alimentação e abastecimento no caminho. “É necessário também que o motociclista faça uma parada a cada 90 minutos para movimentar os músculos. Isso ajuda a evitar os efeitos da fadiga e da ação do vento”, segundo Matsuda. O roteiro também deve estar ligado ao tipo de moto utilizada; uma esportiva pode ter problemas em trecho com lama, por exemplo.
- Cuidados mecânicos
Alguns itens básicos como pneus, nível de óleo do motor, nível de fluído de freios e nível da água do radiador podem ser checados pelo próprio usuário, seguindo instruções do manual do proprietário. “É recomendada uma inspeção visual prévia e, caso note alguma anomalia o ideal é levar a moto a um mecânico especializado, o que dará mais segurança para a sua viagem”, explica Edson Esteves, professor do curso de engenharia mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).
“Porém, se o veículo já não é novo ou seminovo, o ideal é levar diretamente ao especialista, para que faça uma verificação mais profunda”, acrescenta Esteves.
- Equipamentos de proteção
Além do tradicional capacete, que deve ter o prazo de validade sempre checado, outros equipamentos auxiliam a segurança do motociclista. “O capacete deve ser ajustado de maneira a não ficar frouxo e a viseira precisa estar limpa e sem riscos; deve-se andar com ela sempre fechada. Calças, jaquetas, luvas e botas também são indicadas”, explica Matsuda.
Apesar de a legislação brasileira só prever o uso obrigatório de capacetes, itens especiais para a proteção são vendidos em lojas para motociclistas. A capinha de chuva também é sempre bem-vinda. Roupas de cores mais vibrantes fazem o motociclista ser visto mais facilmente na estrada, ajudando a prevenir acidentes.
- Linha de pipa
Com a chegada das férias escolares, é possível notar o aumento de pipas nos céus e muitas com linhas de cerol. “Existem acessórios como as antenas de proteção, além de vestimentas que procuram anular o efeito da linha de pipa”, explica Horta.
Estas antenas são encontradas em lojas especializadas e custam de R$ 20 a R$ 70. Já os protetores de pescoço partem de R$ 50.
- Ajeitando a bagagem
Pode-se levar a bagagem da viagem em mochilas, fixadas no bagageiro ou dentro de malas específicas, presentes em algumas motocicletas. O ideal é não exagerar no peso – checar manual do proprietário sobre a carga máxima – e deixar os objetos bem fixos. É recomendado embalar o conteúdo da bagagem com sacos plásticos, para evitar que molhem com a chuva. O mesmo deve ser feito com documentos pessoais e os da moto.
- Calibragem e estado dos pneus
Se em um carro a calibragem dos pneus já é importante, na moto ela é ainda mais imprescindível. “A calibragem errada dos pneus pode significar a perda de aderência ao solo”, explica Horta.
Ela pode influir na estabilidade da moto e diminuir seu poder de frenagem. “Se o pneu estiver muito murcho, pode até escapar da roda”, alerta o especialista em segurança veicular. “Um pneu careca também pode causar acidentes”, acrescenta o especialista em segurança.
- Kit de 'sobrevivência'
Caso necessite fazer algum reparo básico ou ajuste, como esticar a corrente, é bom ter em mãos um kit de ferramentas, com uma providencial lanterna, e até algumas peças pequenas, como fusíveis. “É importante levar ferramentas, fita isolante e chaves, assim o próprio motociclista pode consertar a moto, se tiver um pouco de conhecimento”, explica Esteves. “Câmara de ar, lâmpada de farol e da lanterna traseira também podem ser úteis”, completa Matsuda.
NA ESTRADA
- Acostamento
Segundo a Polícia Militar, “o uso do acostamento é exclusivo para emergências, que podem ser do carro, do motorista ou de algum ocupante”. Também é permitido parar no acostamento para ajudar alguém. Mas parar nessa faixa sem necessidade, além de gerar multa, pode resultar em acidente.
Se houver motivo para usar o acostamento, o polícia aconselha o motociclista a ligar o pisca-alerta da moto. “Caso o acostamento seja a única solução, o ideal e parar e sair da moto, indo para fora da estrada”, orienta Horta.
- Chuva e neblina
Em condições de chuva, além da menor visibilidade, a aderência com o solo diminui e é possível ocorrer a aquaplanagem – momento no qual o pneu perde contato com o solo devido a camada de água.
“Em curvas, evite inclinar demasiadamente a moto e tome cuidado com as poças, pois podem esconder buracos e bueiros”, diz Matsuda. Caso a chuva esteja muito forte, o ideal é parar o veículo em local seguro; o mesmo vale para neblina forte.
“Mantenha uma distância de segurança e não confie na luz de freio do veículo da frente. Ela pode estar queimada”, explica o instrutor. Em caso de neblina, nunca usar o farol alto, pois este fará diminuir sua visão; o ideal é utilizar o farol baixo ou de neblina, se a moto tiver. Com piso molhado, também vale cuidado extra com as faixas da pista, que podem ficar mais escorregadias.
- Ultrapassagens
Como a moto possui uma aceleração, em sua maior parte, mais rápida que a dos carros, é necessário cuidado extra nos momentos de ultrapassagens para o motociclista ser notado. “Em alguns casos, o motorista simplesmente não vê o motociclista. Às vezes por estar em ponto cego ou simplesmente pela velocidade em que a moto está”, explica Horta. “Andar no corredor em alta velocidade pode ser muito perigoso”, acrescenta o analista do Cesvi.
Ficar colado na traseira de caminhões, como se vê em estradas também não é seguro, pois, se o caminhão frear, a moto pode não ter espaço suficiente para parar. Além de disso, essa posição deixa o motociclista com o campo de visão reduzido. “Para fazer ultrapassagens, sempre se deve utilizar a faixa da esquerda”, alerta o instrutor Matsuda.
- Pneu furado
Como as motos não têm estepe, a não ser algumas Vespinhas raras, um pneu furado não é uma notícia muito boa. “Uma solução pode ser usar reparadores de pneus para poder levar a moto até uma borracharia”, explica Esteves, da FEI. Caso não tenha em mãos este item, vendido em lojas especializadas, e não tenha como chamar socorro, é possível rodar alguns quilômetros com o pneu furado, desde que seja o da roda traseira da moto.
Para fazer isso, você tem de direcionar a maior parte do peso de seu corpo para o eixo dianteiro da moto. Isso vai fazer que o ar escape menos do pneu. “Mas só é recomendado em situações extremas”, observa Esteves.
- Faça-se ser visto
É importante sempre manter o farol de lanterna ligado, assim os outros motoristas enxergarão o motociclista mais facilmente.
Evite rodar em pontos-cegos de outros veículos e, vale reforçar, procure optar por roupas com cores vivas